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Mensagens

A mostrar mensagens de 2016

Carta ao Pai Natal

"Querido Pai Natal,  Aproxima-se a altura dos muitos pedidos dos meninos e das meninas depois de um ano longo, a ansiedade chega a cada um de nós...todos esperamos recompensas e sei que não costumas abandonar nenhum dos teus pedidos. Acho que sabes que nunca fui uma menina de pedinchar assim muito, mas este ano é um ano especial e portanto o pedido também ele é deveras especial. O que gostaria de ter aqui ao pé de mim, sabes Pai Natal, era também o meu pai. Não é assim um Pai natal de barbas brancas como tu, mas é também Pai e sabes, faz-me muita falta. Tu sabes essas coisas não sabes? O meu pai não me dava muitas prendas como tu trazes no teu grande saco, mas eu não me importava, dava-me a maior das prendas, sei-o agora já crescida...amou-me sempre com todos os meus defeitos e qualidades, e ensinou-me a amá-lo da mesma forma. Mas sabes, acontece uma coisa muito estranha, antigamente às vezes eu também chorava. Ou porque o Pai me ralhava, ou porque eu me enervava, por essas

Amor de filha

Paizinho, Estou já à 5 meses sem a tua presença.  Estou à este tempo todo sem ouvir os 5 sentidos que tanto fazias questão de usar e por vezes abusar...quando falavas tanto até eu dizer "mas que chato" e tu respondias com aquele ar que me irritava ainda mais "estava a ver que não refilavas"...como me enervava, mas fazia me sempre esboçar um sorriso assim disfarçado...Que saudades. Coisinhas de pai e filha, não é? Hoje preciso que me oiças com muita atenção. Quero confessar-te uma coisa... Quero confessar-te que jamais pensava que te pudesse amar tanto. Quero confessar, a ti e a todos aqueles que nos lêem, sem vergonha de o escrever, que jamais pensava que fosse sentir tanto a tua falta.  Quero sussurrar-te com todas as letras o quanto te amo. Quero gritar ao mundo o amor incondicional de uma filha dorida, ferida,massacrada pela tua ausência. Mas ainda assim uma filha que entende que isto é o amor. O amor ao Pai, o amor à família, aos valores, às crenças

Cuida-me

Pai, Hoje talvez seja a primeira vez em que sinto dificuldade em escrever alguma coisa para ti...para nós. Talvez porque as saudades são tão grandes e doem tanto que formam um bloqueio envolta do meu coração, dos meus pensamentos... e o mais fácil é o que tão bem sabes e talvez vejas...chorar...mas ainda assim não alivia, ainda assim não atenua nem uma pequena parte daquilo que se sente. Porque é que isto não passa? Porque é que cada vez é mais dificil encarar a mudança, a tua falta? Porque é que cada vez é mais doloroso olhar para as tuas fotografias e perceber o teu sorriso, o teu brilho pela vida, a tua dedicação para com todos?  Porquê? Porque é que se torna tão duro e tão sofredor viver esta realidade e simplesmente não nos habituamos? Seria demasiado simples, não é? Como tu dirias. O que é fácil demais, perde o sabor... Caraças. Sempre concordei nisso contigo, mas agora...é tão diferente. Perante novas situações , o ser humano altera a sua capacidade de resposta...e

Jardim Eterno

Pai, Passaram 3 meses...Olho para trás e continuo com um sentimento ambíguo... tão pouco tempo...mas tanto tempo contado, tanto tempo sofrido...tanto tempo sem ti. Sinto que o meu coração está mais contido, as palavras mais escassas. Sinto que deixei de dar importância a coisas que julgava serem relevantes, mas também sinto que deixei de lado algumas coisas que continuam a ser importantes. A vontade de agir e reagir é difícil de manter, ou até mesmo de encontrar. Abrir os olhos todos os dias matinalmente é uma tarefa bastante dolorosa,o caminho mais fácil era só um, o permanecer impávida num só lugar, num só local...mas o pensamento em ti ajuda a meter os pés na rua sinuosa. O pensamento no Homem lutador que sempre vi em ti obriga-me a não fraquejar, ou pelo menos a tentar não fraquejar. Sinto-me tão cansada Pai, sinto-me a desmoronar cada dia um bocadinho e tenho medo do abismo. Eu tento-me abstrair, eu tento ocupar os dias, as horas, os pensamentos...mas tudo parece aborreci
...Saudaditas da tua voz, a cantarolar. Da tua, A.Pinheiro 24/08/2016

Enraizado em mim

Pai, Hoje é o dia. Hoje é o dia em que choro a tua ausência nestes longos, demorados e difíceis 2 meses. Choro sem querer parar, como forma de modificar alguma coisa ou de ficar, pelo menos, mais leve. Hoje é o dia em que as poucas palavras que me possam apetecer dizer, não saem porque existe um nó. Um nó cego. Um silêncio pesado, opaco e forte que não deixa sair nem uma palavra, porque nada do que possa ser dito, falado e conversado, altera a dor da memória… Continuo neste turbilhão da vida sem ti. Que remédio, costuma dizer a mãe. Mas sabes, tem sido difícil. Tem sido tão difícil, Pai! Nem eu mesma percebo o quão é doloroso. No ritmo do dia-a-dia que nos é exigido não me apercebo. Só quando paro. Quando chego e olho e não estás. Quando vou e olho e não estás. Quando espero a “boa noite”, o “bom dia”, o beijo repenicado, o beliscão no braço, o pisar do pé só porque sim. Quando recordo coisas que dizias e percebo que a voz não existe mais, só na minha cabeça, só no meu interior…

O Melhor de Mim

Pai, Tu és sem dúvida uma das melhores coisas que tenho cá dentro, posso nem sempre tê-lo sabido, ou melhor, posso nem sempre ter conseguido verbaliza-lo, mas saber e sentir acho que sim. Hoje, passados 30 dias da tua ausência, choro com mais dor, se é que isso é possível…revejo as horas a passarem e consigo visualizar todos os acontecimentos…que tamanho sofrimento que o ser humano suporta…e quanta falta nos fazes. Quanta falta, pai… A tua alegria, as tuas piadas, as rabugices, a companhia…Quantas saudades, meu deus…A tua voz que nunca tive tanto tempo sem ouvir, as tuas mãos que nunca tive tanto tempo sem tocar, as caroladas na tua cabeça, os mini beliscões no braço, os olhares que terminavam em gargalhadas quando “gozávamos” com a mãe…O teu cheiro de barba feita, de banho tomado, as coisas desarrumadas, o barulho das chaves… Que saudades são estas? Que sentimento este de total perda e desilusão, de sofrimento que aperta tanto cá dentro que apetece gritar e pedir a toda a gente

Coração

...De olhos rasos de cada vez que a cabeça se lembra... ...De suores por todo o corpo e pernas bambas de cada vez que olhamos à volta... ...Com falta de força para levantar e ir...mesmo sem saber para onde... ...Com angústia pelas horas que passam...revolta por passarem lentamente e tristeza por passarem ao mesmo tempo tão rápidas... ...Onde estás tu, que não te encontro onde supostamente deverias estar? ...Onde está o barulho da chave na porta? ...Onde está aquele "então, como é?" sempre que chegava ao pé de ti? Onde estás tu,Pai? Sabes o quanto isto dói? Acho que se soubesses voltavas...voltavas sim... ...De coração apertado, choro. ...De coração dorido, grito no silêncio dos meus pensamentos. ...De coração cheio de lembranças, interrogo-me... Porquê? Porque é que isto nos aconteceu? Se estava tudo tão bem...porquê? Uma semana passou...tão pouco tempo mas tão difícil... Parece que passa tão rápido, mas é tão lento ao mesmo tempo...

PAI....

Pai… Não consigo encontrar palavras certas, ou pelo menos acertadas, para expressar o que vai dentro de mim…Não consigo sequer qualificar esta dor, que arde por dentro, que corrói, que agonia e aperta, que sufoca, que nos faz sentir ocas de um momento para o outro… Todas as lágrimas que saltam dos nossos olhos não chegam nem perto do sufoco do coração… A impotência de não poder fazer mais nada, a tristeza do fim dos momentos, dos cheiros, do sorriso, das brincadeiras…do toque das mãos grossas, mas meiguinhas, o som da voz firme, mas dedicada…é tão difícil lidar com esta dor…inexplicável…inigualável… Foram 2 meses preocupantes e 15 dias demasiadamente intensos…e o desfecho foi o pior que poderia ter acontecido e o pior que poderia ter sequer imaginado. Nenhum de nós o pensava sequer… Interrogo-me tantas vezes se fiz tudo, questiono-me tantas e tantas vezes se fiz o suficiente… Desvalorizei inicialmente algumas queixas, sim confesso, mas depois…os sinais foram sendo mais…