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A mostrar mensagens de agosto, 2016
...Saudaditas da tua voz, a cantarolar. Da tua, A.Pinheiro 24/08/2016

Enraizado em mim

Pai, Hoje é o dia. Hoje é o dia em que choro a tua ausência nestes longos, demorados e difíceis 2 meses. Choro sem querer parar, como forma de modificar alguma coisa ou de ficar, pelo menos, mais leve. Hoje é o dia em que as poucas palavras que me possam apetecer dizer, não saem porque existe um nó. Um nó cego. Um silêncio pesado, opaco e forte que não deixa sair nem uma palavra, porque nada do que possa ser dito, falado e conversado, altera a dor da memória… Continuo neste turbilhão da vida sem ti. Que remédio, costuma dizer a mãe. Mas sabes, tem sido difícil. Tem sido tão difícil, Pai! Nem eu mesma percebo o quão é doloroso. No ritmo do dia-a-dia que nos é exigido não me apercebo. Só quando paro. Quando chego e olho e não estás. Quando vou e olho e não estás. Quando espero a “boa noite”, o “bom dia”, o beijo repenicado, o beliscão no braço, o pisar do pé só porque sim. Quando recordo coisas que dizias e percebo que a voz não existe mais, só na minha cabeça, só no meu interior…