Pai, Não sei se ainda tenho muito mais para escrever...mas acho que penso sempre isto mesmo quando começo... Nestes últimos meses muitas perguntas têm ecoado dentro de mim, na cabeça mas também no coração. Tenho pensado bastante no que quero para mim e naquilo que não quero. Tal como tu, não é? Eras uma pessoa de "pão pão, queijo queijo"... Dizias tanta vez "É assim Andreia, ou gostam ou não gostam". E sabes é isso mesmo...ou se gosta verdadeiramente ou de nada adianta correr atrás. Seja de amores, de amigos, de pessoas que fazemos questão de ter quase à força à nossa volta. Sei que gostavas muito de mim. Não somente enquanto Pai, mas como amigo, como ouvinte, como contador de peripécias...eras uma alegria e sinto que isso me fugiu das mãos e essencialmente do coração... Sei também que não te poderia prender a mim, apesar de eu estar muito presa...No fundo nem sei se alguma vez tentei desamarrar-me...sai de casa sim, tinha a minha vida, as minhas cois...